CÁLCULO DA ZONA LIVRE DE QUEDA ( ZLQ) PARA TRAVA-QUEDA DESLIZANTE EM LINHA FLEXÍVEL
Uma linha de ancoragem flexível pode ser constituída por uma corda de fibras sintéticas ou um cabo metálico, planejada para ser fixada em “um ponto de ancoragem” superior. A linha de ancoragem flexível permite deslocamento vertical e/ou lateral do usuário e não possui pontos intermediários de ancoragem.
Entenda “um ponto de ancoragem” como a extremidade superior fixada e a inferior solta, o que não quer dizer apenas um único ponto de ancoragem para a linha de vida, pois, pelas regras de segurança sempre que possível deve-se fixar a linha de vida em dois pontos, um atuando como backup do outro.
Segundo a ABNT NBR 14626, o trava-queda deslizante é um dispositivo anti-queda que dispõe de uma função de bloqueio automático e de um mecanismo de guia. O trava-queda deslizante se desloca ao longo de uma linha de ancoragem (linha flexível), acompanhando o usuário sem exigir sua intervenção manual, durante as mudanças de posição para cima ou para baixo e bloqueia automaticamente sobre a linha de ancoragem quando ocorrer uma queda brusca. Este dispositivo é utilizado unido à linha de ancoragem flexível e conector ou extensor terminado em um conector, podendo ser incorporado um absorvedor de energia entre o mesmo e o cinturão de segurança tipo pára-quedista.
A ABNT NBR 14626 em seu item 7 recomenda que seja especificado:
i) o espaço mínimo por debaixo dos pés do usuário, com o objetivo de evitar choques com a estrutura ou com o solo depois de uma queda. Para isso deve-se ter em conta:
O deslocamento de queda H (ver 3.6):
É a distância vertical entre a posição inicial (início da queda livre) e a posição final (equilíbrio depois da parada), expressada em metros.
O alongamento da linha de vida:
O alongamento da linha de vida deverá ser informado pelo fabricante da corda.
A deformação do cinturão de segurança:
A deformação do cinturão de segurança irá depender do modelo e de seu ajuste correto. Por esse motivo recomenda-se considerar uma margem adicional, desde o ponto de ancoragem do trava-queda até o ponto de fixação do cinturão. Como este fator não é medido em testes e é variável, a ULTRASFE adotou uma medida de segurança de 0,20 m para todos os modelos de sua linha. Com esta medida garante-se uma margem de segurança estando o trabalhador em qualquer posição de trabalho e utilizando qualquer modelo de cinturão.
Um comprimento adicional de 1 m
(ver item 3.6 na NBR 14626) Medida de segurança mínima determinada pela norma.
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A ZLQ é medida considerando-se algumas variáveis, algumas são obtidas após um teste de queda de uma massa de ensaio de 100 Kg em fator 2 outras são definidas pelas características do produto.
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Fator 2 é a posição de elevação máxima da massa de teste acima do ponto de instalação do trava-queda na linha de vida.
Essa é uma situação não recomendada para o trabalho, pois é a pior condição no caso de uma queda, gerando uma força de frenagem alta (EXEMPLO DE CÁLCULO PARA ZLQ MÍNIMA Click aqui)
Click aqui para ver a ilustração O item 3.6 define que o deslocamento de queda é a distância vertical H compreendida entre a posição inicial (início da queda livre) e a posição final (equilíbrio depois da parada), expressada em metros. (FIGURA 5 — ENSAIO DE COMPORTAMENTO DINÂMICO DE UM TRAVA-QUEDA DESLIZANTE COM LINHA DE ANCORAGEM FLEXÍVEL)
Apesar desta situação ser a pior e mais exigente, depois de realizado o teste será medida a força de frenagem, a qual não pode exceder a 6 kN.
O deslocamento H é medido e não pode ultrapassar de H ≤ 2 x(L1) + 1 m
Click aqui para ver a ilustração Para determinação do comprimento L1 deve-se tomar em conta a medida entre a área de contato do conector e a face de contato interna com a linha de vida do corpo do trava queda, (CONFORME FIGURA CONSTANTE DA NBR 14.626).
Nota: no conjunto a ser medido, devem-se considerar todos os componentes do trava-queda, sejam eles extensores, absorvedores e conectores.
O PROCEDIMENTO DE TESTE CONFORME A NBR 14.626 É O SEGUINTE:
O alongamento da linha de vida deverá ser informado pelo fabricante da linha de vida. Os trava-quedas da Ultra Safe foram testados com as seguintes cordas:
A) Cordas New England KMIII NFPA de 11 mm ( alongamento = 2,8 % )
B) Cordas New England KMIII NFPA de 12,5 mm (alongamento =2,1 % )
C) Cordas Plasmódia Safe Link de 11 mm (alongamento =3,0 % )
D) Cordas Plasmódia Safe Link de 12 mm (alongamento =2,0 % )
Considera-se o comprimento da corda, desde o ponto de ancoragem até o ponto de instalação do trava-queda e extrai-se o percentual de alongamento indicado pelo fabricante. Ex.: Distância do ponto de ancoragem da corda até o trava-queda = 10 m. Alongamento da corda indicada pelo fabricante = 2%
E = 10 X 0,02 = 0,20 m
O trava-queda deve ser utilizado apenas com as linhas de vida com as quais foi testado. A ABNT NBR 14626 em seu item 7 - Manual de Instruções recomenda que seja especificado:
a) o(s) diâmetro(s), o(s) modelo(s), marca, nome do fabricante, carga de resistência (em kN) das cordas utilizadas na(s) linha(s) de ancoragem a ser(em) usada(s) com o trava queda deslizante, se o trava queda for para corda;
b) a conformação e diâmetro dos cabos de aço utilizados na linha de ancoragem, se o trava queda for para cabo de aço;
c) as matérias-primas utilizadas na fabricação da linha de ancoragem;
A deformação do cinturão de segurança ( C ) irá depender do modelo e de seu ajuste correto, por esse motivo recomenda-se sempre manter o cinturão de segurança bem ajustado e do tamanho correto para cada usuário.
Conforme explicado anteriormente a ULTRASAFE definiu o valor de 0,20 m com peso de 100kg e 0,30 m com peso de 200 kg, como segurança, para deformação de todos os modelos de cinturão de sua linha. Esta medida poderá ser menor quanto mais corretamente for ajustado o cinturão.
Na avaliação de risco que antecede o trabalho, deverá ser definida a ZLQ mínima para o trabalho a ser executado. Deve-se considerar a posição de maior risco de impacto no caso de uma queda contra o solo, máquinas, estruturas, etc.
Durante todo o período de trabalho, deve ser calculada a área de segurança mínima abaixo dos pés do trabalhador. Deve-se considerar também o fator de queda ao qual está exposto o trabalhador.
ATENÇÃO!!! Lembramos que fator 2 é uma situação limite não aconselhada durante qualquer procedimento de trabalho em altura.
A ULTRASAFE desenvolveu um novo modelo de trava-queda BLOCK, o TRAVA-QUEDA BLOCK RESCUE, que já possui certificação INMETRO/MTE.
Este trava-queda foi desenvolvido para facilitar as manobras de Acesso por Cordas e garantir a segurança da vítima e do resgatista.
Baseando-se na Norma EN 12841, realizou-se em laboratório teste dinâmico com massa de 200 kg, para garantir a segurança dos usuários quando em Fator menor que 1, no procedimento de resgate.